Soneto
Ofendi-vos, meu Deus, bem é verdade,
É verdade, Senhor, que hei delinqüido,
Delinqüido vos tenho, e ofendido,
O ofendido vos tem minha maldade
Maldade, que encaminha a vaidade,
Vaidade, que todo me há vencido;
Vencido quero ver-me e arrependido,
Arrependido a tanta enormidade
Arrependido estou de coração,
De coração vos busco, dai-me os braços,
Abraços, que me rendem vossa luz.
Luz, que claro me mostra a salvação,
A salvação pertendo em tais abraços,
Misericórdia, amor, Jesus, Jesus.
(Gregório de Matos.)
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